AMBIENTES ATMOSFÉRICOS MODIFICADOS PELO HOMEM E SUAS VERDADEIRAS IMPLICAÇÕES

Abstract

Os ambientes atmosféricos naturais são modificados pelo homem de maneira intencional ou inadvertidamente, porém pouco se conhece sobre as verdadeiras implicações destas modificações. Atividades humanas como a silvicultura, a agricultura e a urbanização são capazes de modificar o balanço energético e o balanço hídrico local, porém, devido à complexidade da distribuição espacial e temporal dos fluxos de calor e água envolvidos, mesmo quando planejadas, a linha divisória entre os efeitos esperados e aqueles não intencionais é obscura. Por este motivo, proliferam fertilmente ideologias das mais diversas sobre os impactos humanos no meio ambiente. Em uma tentativa de tentar elucidar a verdadeira abrangência dos impactos provenientes destas atividades, em especial as associadas à urbanização, este artigo enfatiza a importância de se investigar e detalhar os processos físicos que se desenvolvem na camada inferior da troposfera, cujo volume de ar está em contato direto com a superfície e recebe, portanto, toda a sua influência. À esta camada rasa denomina-se camada limite, e quando situada sobre uma cidade recebe o nome de camada limite urbana. Sua ordem de grandeza vertical é dependente da evolução diurna e noturna, e está diretamente vinculada ao aquecimento e resfriamento da superfície pela incidência ou não da radiação solar. Durante o dia, possui uma natureza turbulenta, onde vigora um regime de mistura vertical do ar que faz com que ocupe cerca de 10% da porção inferior da troposfera. À noite, esta camada torna-se estável e passa a vigorar um regime estratiforme do ar, com pouco, ou quase nenhum movimento vertical, de tal modo que ela passa a ocupar algo em torno de 1% apenas da porção inferior da troposfera.